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Oh, Que Lindo é o Panamá

Era uma vez um ursinho
e um tigrezinho que viviam
lá em baixo à beira-rio.
Ali adiante onde se vê o fumo
a subir, ao lado da árvore grande.
E também tinham um barco.
Moravam numa casa pequenina e confortável
que tinha uma chaminé.

Mas um dia apareceu um caixote com bananas a boiar pelo rio adiante.

E o que é que estava escrito no caixote?
– Pa-na-má – leu o ursinho.

Panamá torna-se assim o país dos seus sonhos. “Lá as coisas são todas muito diferentes e muito maiores…” e por isso decidem empreender uma longa viagem para lá chegar. Com uma panela vermelha, um anzol e um patotigre de brincar, iniciam uma caminhada ao longo da qual conhecerão um rato do campo, uma velha raposa, uma vaca, uma lebre, um ouriço-cacheiro e uma gralha.

O ursinho e o tigrezinho simbolizam a essência da amizade, e a viagem à procura do ideal representam a vontade de crescer, a maturidade.

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Janosch, o autor deste maravilhoso livro, é o pseudónimo de Horst Ecker. Marcado por uma infância difícil, começou a trabalhar ainda muito jovem como ferreiro e serralheiro. Depois da II Guerra Mundial, a sua família mudou-se para a Alemanha Ocidental e empregou-se numa fábrica têxtil. Em 1953 foi para Munique e durante uma temporada estudou na Academia de Belas-Artes. Depressa se estabeleceu como artista independente, e em 1960 foi publicado o livro infantil com que iniciou a sua trajetória artística e literária, que conta com mais de 300 obras traduzidas para 70 línguas, pelas quais recebeu inúmeros prémios. A sua fama internacional deve-se a “Oh, que lindo que é o Panamá!”, editado em 1979. Também é autor de algumas novelas para adultos, com elementos autobiográficos, tendo chegado, inclusivamente, a ilustrar textos de escritores célebres, como Charles Bukowski.