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Pedro Silva nas Cidades Invisíveis

Encontrámos o Pedro, a poucos dias de partir em viagem para os Balcãs, a ler As Cidades Invisíveis de Italo Calvino numa praça do Porto, cidade visível mas cheia de lugares e de coisas invisíveis, que só se se alcançam usando todos os sentidos e o coração.

“Nem sempre fui assim. Na verdade, por muitos anos acantonava-me ao meu canto e não queria descobrir nada de novo. Refugiava-me no Torga e dizia que a partir do “local” podia conhecer o universo. Depois mudei radicalmente e este livro do Italo Calvino, que é de um género fantástico, ilumina muito do que hoje gosto de antecipar que vou conhecer quando viajo. No fundo é isso que mais me encanta no livro, imaginar que aquelas cidades são reais e que posso conhecer, por exemplo nos Balcãs, cidades assim.”

O Pedro abriu o livro e mostrou-nos estas frases que agora partilhamos convosco:

“Os lugares são espelhos em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve nem terá”.

“A cidade é redundante: repete-se para que haja qualquer coisa que se fixa na mente”, escreveu Calvino sobre a cidade de Zirma.

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Pedro Silva, advogado, viajante, leitor.

Local da fotografia: Praça Carlos Alberto, Porto