É o escritor e o homem que nos escreve. Estas são as palavras (retiradas da Nota do Autor) que abrem o livro “As Raízes do Céu”, de Romain Gary. Admirávamos a sua escrita, agora admiramos também a sua humanidade, a sua ética, a sua empatia por todos os seres, a sua voz na defesa do outro, possivelmente diferente no pensar e no viver, mas tão parecido no sentir. “Àqueles que se espantarem com a minha preocupação, que talvez julguem requintada, ou excessiva, pelas belezas da terra, num momento em que devemos defender a obra humana, ameaçada pelos seus mais antigos demónios, responderei que nos julgo suficientemente generosos para não nos importarmos de pensar nos elefantes, quaisquer que sejam as dificuldades da nossa luta e as cruéis exigências da marcha em frente. (…) Creio na liberdade individual, na tolerância e nos direitos do homem. Pode ser que se trate também de elefantes fora de moda e anacrónicos, sobreviventes embaraçosos de uma época geológica desaparecida: a do humanismo. Não o penso, porque acredito no progresso e porque o verdadeiro progresso traz consigo as condições indispensáveis para a sobrevivência daqueles valores. É muito possível que me engane e que a minha confiança não passe de um ardil do meu próprio instinto de conservação. Nesse caso, espero desaparecer com eles. Mas não sem os ter defendido até ao fim das fúrias totalitárias, nacionalistas, racistas, místicas e ideomaníacas, e nenhuma impostura, nenhuma teoria, nenhuma dialéctica, nenhuma camuflagem ideológica me fará esquecer a sua soberana simplicidade.”
Flânerie
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