Ultimato

13.00 

de Diogo Vaz Pinto,

Maldoror
2018
210 páginas

Descrição

«Estamos abaixo do nível em que, noutra hora, o mar aqui esteve, e os meus cabelos enchem-se de peixes de penumbra. Estudei-o como se fora um livro, o mar, até à ferrugem. Depois dele, não queria estender-me. Ao contrário, preferi que me vissem coxear nas distâncias que me faltavam, que ficassem claras as marcas. Não cobri o meu rasto, não larguei a pele no caminho, mas deixei ao inimigo a roupa em que mais suei de terror, para que os cães dele soubessem onde procurar. Não quis ficar a dever a vida a nenhum buraco ou desatenção. Este o meu ultimato: antes tê-la por esse fio, esgarçado, sentir que não faz diferença que o cortem, porque outro mais cedo ou mais tarde o retomará.»

Ultimato reúne cem textos do autor.